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Caixa D’Água Suja – Saúde Empresarial em Perigo

Já era hora do almoço quando grande parte dos funcionários de uma empresa da zona sul da capital paulista começaram a se queixar de fortes dores abdominais e ânsia de vômito. A epidemia instantânea tomou vulto e chamou a atenção dos diretores da companhia que, igualmente, começavam a sentir os mesmos sintomas.

A primeira suspeita recaiu sobre o café da manhã, servindo nas primeiras horas do dia aos funcionários que trabalham no período matutino. Seriam problemas com o armazenamento do leite? A margarina utilizada teve sua validade inobservada? Os passos de preparo e manuseio de alimentos não foram respeitados pelas normas de higiene e segurança da empresa? Todas as hipóteses passaram a ser descartadas quando uma enxurrada de ligações dos colaboradores do período vespertino dava sinal de que o quórum da tarde seria quase nulo. Os funcionários da tarde também estavam doentes e não compareceriam aos seus postos de trabalho.

Onde morava o problema? Era o que todos buscavam saber, pois reações e sintomas se intensificavam com o passar das horas, com dispensas coletivas e veículos da empresa levando e trazendo funcionários ao PS da região. Perda de tempo de produção, prejuízo para a companhia e, principalmente, colaboradores com a saúde em risco.

A empresa levou quatro dias para regularizar a presença de seu quadro, dando todo o suporte aos funcionários, contabilizando uma perda significativa em seu rendimento operacional. Os mesmos quatro dias foram o tempo levado para o duplo diagnóstico: a doença – gastroenterite, a causa – uma das caixas d’água estava suja e mal tampada.

Por mais inusitada que possa parecer a situação, este tipo de ocorrência tem sido cada vez mais frequente. A despreocupação que empresas têm em fazer a limpeza dos reservatórios de água nada tem a ver com irresponsabilidade ou desdém para com o material humano que serve ao empregador. Trata-se de simples desconhecimento sobre a necessidade técnica existente de manutenção preventiva. No caso citado, não houve prejuízo ao ativo fixo, no entanto, o problema foi ainda maior, pois a perda de contratos, vencimentos e fechamentos de novos negócios trouxeram mais dor de cabeça ao empresário, que o rompimento do reservatório ou sua troca em si.

Segundo o professor de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Arnaldo Carlos Müller, mesmo que a caixa estivesse tampada, o problema poderia ter acontecido: “A sujeira forma colônias de bactérias que se fixam nas paredes da caixa. Muitas delas são patogênicas. Com a contaminação pela eliminação do cloro, a sujeira pode entrar pela tubulação”.

Procure observar e fazer a limpeza de seu reservatório com regularidade. A manutenção de itens que fogem à vista são, muitas vezes, os causadores de imprevistos e gastos desnecessários. Antecipe-se e mantenha a saúde dos seus funcionários e de sua empresa em dia.

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